quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mergulhou

de braços abertos

peito feito e fez-se ao mar

fundo, até onde se permitiu Até que a coragem cedeu


até ao Medo não se dizer seu

e Ele

não ser mais Eu

terça-feira, 13 de outubro de 2009

de volta à escola

e às inocências, divertidas inocências.

Que idade tens, pergunto eu

seis diz ele

mentira! cinco, diz a turma

seis, fiz seis ontem em casa!

não comecei de inicio, mas o meu inicio começa agora.

não sei por quanto tempo, não sei se até ao fim. se gosto, se gostam.

sei uma coisa. é bom estar de volta ;)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Deste-me saudade

não mais que ontem nem amanha

não mais que todos os dias em que te procuro

à mesa

sentado a olhar

para onde não estás

Deste-me saudade. porque pensar na partida é caminhar até ao precipício da mágoa

e do vazio

Deste-me mais saudade quando te falei e não te ouvi

Quando precisei de um motivo para calar a dor e os argumentos faltaram

PORQUE SIM.

Porque quis que fizesse sentido sem o procurar, sem o ter.

Quis dizer-te
que o tempo corre devagar
que o tempo tem tempo

mas calei-me. mas deixei-me estar.
deixei de acreditar antes de falar

E o tempo calou.

Porque nos foi roubado.

Porque desapareceu o abraço, e não me cruzo em ti.

Quis pois, negar-me. Nem nisso me aceitei



Quis chamar-te e esperar-te de volta, esperar a tua voz cansada de mais um dia.

Mas a voz. A voz.

A voz não tem lugar neste quarto, nesta casa imensa e vazia de ti

Quis ouvir-te perguntar Como estás Como corre

e orgulhar-te na resposta. sorrir-te na resposta.


Deste-me saudade. Não é de agora. não é.

mas de todos estes malditos dias em

que te recordo e

não te deixo apagar

não te deixo partir

não te deixo não te deixo

nestes negros, malditos negros e longos dias

em que te olho na indiferente moldura e

me enches de saudade.