quarta-feira, 17 de março de 2010

O agradável arrepio foi o primeiro manifesto ao entrar na sala.

Por ironia, quis o destino que substituísse uma colega hoje. Numa sala que ja tinha frequentado enquanto aluno.

Foi, sem dúvida alguma, das sensações mais estranhas, mais (vá lá...) saborosas que senti. Entrei na sala daqueles que ja foram meus professores e que hoje foram meus colegas. Tão estranho quanto inspirador.

À chegada à sala, a turma.

As cadeiras, as mesas. Os alunos.

As caras deles, aquela expressão de curiosidade e desafio no olhar tão, tão deles.

Dou por mim à frente desta plateia, com o quadro logo atrás e no preciso momento em que me apresento, ter viajado até ao passado e voltado ao presente em instantes. Revivi o meu percurso desde aquelas cadeiras de alunos a esta de professor.

Recebi a visita da professora de Matemática, a minha professora. Continua por lá a distribuir sorrisos e a desmistificar o monstro do cálculo.

"Bem-vindo Colega".

Inspirador. O suficiente para continuar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Estamos a entrar no ridículo

É a única coisa que me ocorre dizer a propósito da perturbadora notícia que li hoje no i.

A Comissão de Igualdade dos Direitos Humanos aprovou uma lei, que no seu ponto de vista, visa a diminuição da discriminação de que a mulher, alegadamente, é alvo.

Segundo o artigo, e passo a citar,

"A nova lei pode significar o final das “ladies nights” em discotecas, onde normalmente as mulheres pagam menos do que os homens.
As alterações não estão apenas relacionadas com a discriminação sexual. Xenofobia e racismo também estão previstas no código. Por exemplo, se três polacos e um inglês forem proibidos de entrar num bar, o inglês pode alegar discriminação racial por associação. Outro exemplo: se uma criança não for admitida num clube de futebol e se os seus pais forem gays, pode alegar discriminação relacionada com a orientação sexual."

Ora isto roça o ridículo e dá azo às mais impensáveis situações.

Portanto, as "ladies" sentem-se discriminadas por terem uma noite supostamente dedicada a elas e em que quase não pagam e bebem o dobro.

Digo eu, sinto-me discriminado por não existir uma "men's night", já que na homóloga das "ladies" só estão "men's" que pagam o triplo delas para beberem um terço.

As ladies têm um dia da mulher.

Digo eu, sinto-me discriminado por nós homens não termos um dia consagrado. Então à luz desta directiva, sinto que este dia mais não é que uma insinuação do sexo oposto face ao masculino.

Vamos também deixar de ser cavalheiros, ainda incorremos em coima por privilegiar as mulheres, que querem acima de tudo ser tratadas de igual forma.

Ridículo, ridículo, ridículo.

Mas não estará aos olhos de toda a gente que as mentalidades estão cada vez mais abertas, e que a consequência mais directa que daí advém é a cada vez maior igualdade entre sexos?!

Sou absolutamente a favor da igualdade, seja ela de sexos, de culturas ou crenças. Mas acima de tudo, sou a favor do bom censo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A propósito de músicas com história, relembrei ontem estas duas grandes músicas.

Uma com mérito histórico reconhecido, a outra poderá chegar lá. Vai chegar lá.

U2, Miss Sarajevo, leva-nos até à não muito distante Guerra na Bósnia e ao caso caricato da eleição da miss Sarajevo durante o conflito. A necessidade de torna-lo visível aos olhos do mundo levou a maior banda do mundo criar este hino que vale a pena ouvir.




Os Muse lançaram no ano passado o albúm Resistance. A primeira música a ser confirmada no trabalho foi United States of Eurasia.

Nas entrelinhas, as duas estão ligadas. Chamem-lhes o Passado e o Futuro, chamem-lhes o que quiserem. Duas das melhores bandas da actualidade. Atenção às respectivas letras. Para reflectir.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Avatar e o resto

Entra mais um ano. 2010, desta feita.

Dei por mim com 12 passas na mão, um flute noutra, amigos por perto e pedir o que todos pedem. O eterno - vá lá - cliché, das passagens de ano.

Tudo de novo que se possa pedir está refém de algo velho. A vontade.

O querer. E o crer, também.

Adiante. No ano que já la vai vi um filme, não direi o melhor, mas sem dúvida dos mais originais até à data.

Avatar. Quem não saiba o que é, é só googlar (acabei de saber que isto já existe enquanto verbo) e fica com umas noções.

Bom, o titulo surge com algo demasiado vago. O meu irmão pediu-me uma breve descrição da ideia e desisti. "A partir deste filme todos os outros perdem qualidade", diz o Cid e com razão.

Avatar não é apenas um filme. É uma oportunidade de reflexão.

Há uma crença bastante enraizada na sociedade (ocidental) de que tudo o que fazemos é sempre em prol de algo bom. Aos nossos olhos, somos os absolutos justos.

No filme a mensagem está bem presente. Os colonizadores que vão para destruir a terra dos gigantes azuis.

O filme foi, disse-me o Zé, o mais caro até à data.

Salve-se o esbanjamento, há matéria prima bem mais barata. Ora tentemos criar os nossos próprios personagens.

Aos colonizadores vamos chamar, ora bem... Americanos, sei lá.. Aos colonizados, esses ficam ao critério de cada um.

Não precisaríamos de viajar até Pandora, num qualquer campo onde haja vestigio de petróleo poderemos obter um cenário perfeito para a acção. Não, não temos objectos a brilhar no escuro nem seres alienigenas, mas tudo o resto la estará.

Aos olhos de quem não vê, este é mais um filme. Digno de uma ou duas lembranças da Academia.

Aos de tantos outros, uma verdade camuflada, que de tão bem escondida lhe chamamos ficção.

A não perder. Avatar.