terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Avatar e o resto

Entra mais um ano. 2010, desta feita.

Dei por mim com 12 passas na mão, um flute noutra, amigos por perto e pedir o que todos pedem. O eterno - vá lá - cliché, das passagens de ano.

Tudo de novo que se possa pedir está refém de algo velho. A vontade.

O querer. E o crer, também.

Adiante. No ano que já la vai vi um filme, não direi o melhor, mas sem dúvida dos mais originais até à data.

Avatar. Quem não saiba o que é, é só googlar (acabei de saber que isto já existe enquanto verbo) e fica com umas noções.

Bom, o titulo surge com algo demasiado vago. O meu irmão pediu-me uma breve descrição da ideia e desisti. "A partir deste filme todos os outros perdem qualidade", diz o Cid e com razão.

Avatar não é apenas um filme. É uma oportunidade de reflexão.

Há uma crença bastante enraizada na sociedade (ocidental) de que tudo o que fazemos é sempre em prol de algo bom. Aos nossos olhos, somos os absolutos justos.

No filme a mensagem está bem presente. Os colonizadores que vão para destruir a terra dos gigantes azuis.

O filme foi, disse-me o Zé, o mais caro até à data.

Salve-se o esbanjamento, há matéria prima bem mais barata. Ora tentemos criar os nossos próprios personagens.

Aos colonizadores vamos chamar, ora bem... Americanos, sei lá.. Aos colonizados, esses ficam ao critério de cada um.

Não precisaríamos de viajar até Pandora, num qualquer campo onde haja vestigio de petróleo poderemos obter um cenário perfeito para a acção. Não, não temos objectos a brilhar no escuro nem seres alienigenas, mas tudo o resto la estará.

Aos olhos de quem não vê, este é mais um filme. Digno de uma ou duas lembranças da Academia.

Aos de tantos outros, uma verdade camuflada, que de tão bem escondida lhe chamamos ficção.

A não perder. Avatar.

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